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Saúde metabólica: muito além da estética, como tratar o sobrepeso previne doenças crônicas

*Essa matéria conta com a colaboração do médico Dr. Alan Coutinho 

Cuidar do peso vai muito além da aparência. Quando falamos em saúde metabólica, tratamos de um conjunto de processos internos que regulam como o corpo utiliza energia, controla o açúcar no sangue, armazena gordura e mantém o equilíbrio hormonal e inflamatório. “É como uma engrenagem silenciosa que mantém tudo funcionando bem e nos garante disposição para viver”, explica o **médico do Núcleo GA, Dr. Alan Coutinho.

Quando essa engrenagem começa a falhar, os sinais aparecem em forma de ganho de peso, fadiga constante e dificuldade para emagrecer, acompanhados de alterações em exames laboratoriais. O sobrepeso, portanto, não é apenas uma questão estética, mas um reflexo de desequilíbrios mais profundos, como resistência à insulina e inflamações silenciosas.

O excesso de gordura corporal impacta diferentes sistemas do organismo. No coração e nos vasos sanguíneos, por exemplo, acelera a aterosclerose e aumenta o risco de infarto e AVC. Já no sistema hormonal, o tecido adiposo atua como um verdadeiro órgão endócrino, produzindo substâncias inflamatórias que podem afetar o apetite, a fertilidade e a produção de hormônios sexuais. “O peso extra também sobrecarrega articulações, favorecendo artrose, e enfraquece o sistema imunológico, deixando o corpo mais vulnerável a infecções e até alguns tipos de câncer”, destaca o médico.

Na prática clínica, o Dr. Alan Coutinho observa que muitas condições ligadas ao sobrepeso passam despercebidas. Entre elas, doenças metabólicas como pré-diabetes e dislipidemias, doenças hepáticas como a esteatose, alterações respiratórias como a apneia do sono, além de desequilíbrios hormonais que afetam tanto homens quanto mulheres. Ele reforça que “pensar no emagrecimento apenas como estética é como olhar para a ponta do iceberg. O que está escondido embaixo é muito mais relevante: a redução do risco de doenças crônicas e o ganho de qualidade de vida”.

Essa mudança de perspectiva também ocorreu dentro da medicina. O médico do Núcleo GA lembra que, no início de sua carreira, o discurso era mais rígido com o paciente: “A obesidade era tratada quase como falta de disciplina, e a consulta se resumia a ‘coma menos e se exercite mais’”. Hoje, essa visão evoluiu. A obesidade é reconhecida como uma doença crônica, influenciada por fatores genéticos, hormonais, ambientais e emocionais.

A evolução científica trouxe ferramentas importantes nesse cuidado. Ele cita as novas medicações — como os agonistas de GLP-1 — que, além de ajudarem na perda de peso, também melhoram a glicemia e reduzem riscos cardiovasculares. Da mesma forma, a cirurgia bariátrica tornou-se mais segura e eficaz. “Outro avanço foi a integração entre áreas. Hoje, o tratamento envolve nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e até especialistas em sono, porque cada peça do quebra-cabeça conta”, afirma.

Ao longo de duas décadas de experiência, Dr. Alan Coutinho viu a balança deixar de ser o único parâmetro de sucesso. Para ele, o alvo agora é a saúde metabólica, e o emagrecimento é apenas um dos caminhos para conquistá-la. “Quando ajudamos alguém a perder peso de forma saudável, na verdade estamos dando mais anos de vida, com autonomia, energia e qualidade. Esse é o verdadeiro propósito do tratamento”, conclui.

**Dr. Alan Coutinho 
CRM- BA 17296 - Médico