Blog

Emagrecimento saudável: como preservar massa magra e evitar o efeito sanfona

*Essa matéria conta com a colaboração da médica Dra. Raphaella Pontes

Médica explica por que perder peso vai além da balança e alerta sobre os erros mais comuns que comprometem resultados duradouros

O desejo de emagrecer faz parte da rotina de muitas pessoas, mas pouca gente entende, de fato, o que acontece com o corpo durante esse processo. Muito além de “comer menos e se exercitar mais”, o emagrecimento envolve hormônios, metabolismo, preservação da massa magra e, principalmente, estratégia.

A **Dra. Raphaella Pontes, Médica do Núcleo GA, explica: “Quando emagrecemos, o corpo começa a usar estoques de energia acumulados — principalmente gordura — para suprir a diferença entre o que consumimos e o que gastamos. Mas perder peso não é apenas queimar gordura. Se mal conduzido, o corpo também perde músculo e água, o que compromete a saúde a longo prazo”.

O chamado déficit calórico — consumir menos calorias do que se gasta — é fundamental para que o corpo recorra às suas reservas, principalmente a gordura corporal. No entanto, emagrecer com saúde exige mais do que simplesmente reduzir porções ou cortar alimentos: “Não é só sobre comer pouco. O tipo de alimento, os horários, os hormônios, o sono e o estresse também impactam como o corpo responde ao déficit calórico. Em consultório, ajustamos tudo isso para garantir uma perda de peso eficaz e sustentável”, complementa a médica.
Um dos pontos de atenção para quem está tentando emagrecer é quando em algum momento, o peso simplesmente para de cair. Esse fenômeno, de acordo com a Dra. Raphaella, é comum e tem nome: platô. “Nos primeiros dias, a perda é mais rápida, muito por conta da eliminação de líquidos. Com o tempo, o corpo se adapta, reduz o metabolismo e tenta economizar energia, o que dificulta novas perdas”, esclarece a Dra.

Outros fatores que influenciam o ritmo do emagrecimento incluem retenção hídrica, alterações intestinais e, no caso das mulheres, o ciclo menstrual. Por isso, a balança não deve ser o único parâmetro de progresso. A médica destaca que a avaliação da composição corporal, sintomas clínicos e exames laboratoriais é essencial para interpretar corretamente os resultados.
Durante o processo de emagrecimento, o que exatamente está sendo eliminado do corpo varia de acordo com a estratégia adotada, o que pode causar a perda de gordura, água ou músculo: “Dietas radicais e sem acompanhamento levam à perda significativa de massa muscular e água. Já um tratamento bem orientado consegue preservar, ou até aumentar, a massa magra, concentrando a perda na gordura corporal”, explica a Dra. Raphaella.

Mais do que garantir força e vitalidade no dia a dia, a massa muscular tem papel central na regulação do metabolismo. Quanto maior o volume de músculos, maior o gasto energético do corpo, mesmo em repouso. “Manter a massa magra é essencial para evitar o efeito sanfona. Mesmo quando o número na balança não muda tanto, muitos pacientes relatam mais disposição, melhora na composição corporal e em exames laboratoriais — sinais importantes de que o tratamento está no caminho certo”, pontua a  médica.

Em sua rotina clínica, a Dra. Raphaella identifica padrões recorrentes entre pacientes com dificuldade de obter resultados duradouros. Entre os principais equívocos estão:

Dietas excessivamente restritivas, que comprometem a massa muscular e favorecem o efeito rebote;
Longos períodos em jejum ou pular refeições;
Abordagens que consideram apenas a contagem calórica, desconsiderando aspectos hormonais, qualidade do sono e níveis de estresse;
Ausência de treinamento de força;
Uso indiscriminado de medicamentos ou suplementos sem orientação profissional.

Segundo a médica, essas condutas tendem a gerar frustração, estagnação e, em muitos casos, ganho de peso superior ao inicial.
A resposta ao tratamento varia conforme diversos fatores, como histórico de dietas anteriores, grau de inflamação, equilíbrio hormonal e composição corporal. No entanto, com uma abordagem estruturada, os primeiros sinais de melhora podem surgir entre duas a quatro semanas:“Os resultados começam a aparecer nesse período, mas o verdadeiro sucesso vai além da balança: está na melhora da energia, da autoestima e da saúde como um todo”, conclui a Dra. Raphaella.

**Dra. Raphaella Pontes CRM - BA 24795 - Médica